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Arquivo Vivo

ARQUIVO VIVO é um projeto virtual de memória pública e formação de arquivos, que visa produzir materiais para integrarem o campo do Arquivo Vivo do Arquivo Histórico do Museu Transgênero de História e Arte (AHMUTHA). O AHMUTHA será inaugurado no final do ano de 2022 e é a primeira área museológica histórica dedicada exclusivamente à população corpo e gênero diversa no/do Brasil.

Foram coletadas memórias de 8 mulheres transgêneras e travestis na/da Bahia, em fases diferentes de vida, acima de 35 anos de idade, para cadastrar em nosso arquivo. Os materiais somente serão cadastrados no arquivo no segundo semestre de 2022. Enquanto isso, vocês podem visitar uma exposição dessas memórias.

Para facilitar a citação das entrevistas em vídeo, estamos preparando uma versão transcrita, que será publicada até Maio de 2022 na seção Livros. A citação dos outros materiais da exposição somente será possibilitada após seu cadastro no AHMUTHA.

O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura (Prêmio Cultura na Palma da Mão PABB) via Lei Aldir Blanc redirecionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.

Ficha Técnica

Captação de Imagem: Lui Evragio

Edição de vídeo: Débora Paixão

Design: Débora Paixão

Entrevistadores: Lui Evragio e Ian Habib

Entrevistadas de Lui Evragio: Alan Lady, Dicca Rios, Fabiane Galvão, Karla Zhand,
Keila Simpson, Kelly Passos, Vanusa Alves dos Santos

Entrevistada de Ian Habib: Claudia Schwabacher

Produção: Lui Evragio e Ian Habib

Concepção, Pesquisa, Projeto, Coordenação, Assessoria de Imprensa: Ian Habib

Webdesign: Juno Nedel

KEILA SIMPSON SOUSA

Travesti, Atua desde 1991 com a população LGBT primeiro em Salvador na Bahia e depois no cenário nacional quando em 2004 se torna pela primeira vez a presidente da ANTRA Associação Nacional de Travestis e Transexuais @antra.oficial. Atuou como conselheira do Conselho Nacional LGBT de 2011 a 2013 ano em que se tornou a presidenta do colegiado, e também nesse mesmo ano recebeu das mãos da presidenta Dilma Roussef o premio Nacional de Direitos Humanos pelos relevantes serviços prestados a população LGBT do Brasil. É a atual presidenta em segundo mandato da Associação Nacional de Travestis e Transexuais – ANTRA, Secretária adjunta da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis Transexuais e Intersexuais – ABGLT. Também coordenou por 30 meses o Centro de Promoção e Defesa dos direitos LGBT DA Bahia projeto encerrado em 2020.

FABIANE GALVÃO

Mulher trans nascida em 1969. Dos 13 pros 14 anos de idade eu comecei a descobrir esse universo de palco e brilho. Segui minha carreira até os tempos de hoje, porém, em paralelo a isso eu trabalho como diarista, que foi o meio que eu encontrei pra sobreviver também, porque show e palco é bonito de se ver, lindo de se aplaudir, mas, infelizmente, as pessoas que fazem parte dessa gama de teatro, de boates, de casas noturnas não valorizam como deveriam os artistas. Então, era uma coisa que eu fazia de forma prazerosa, em busca de alguma coisa que me desse algum conforto, mas eu sabia que não tinha. Então, eu fazia por amor à arte, porque pelo valor era muito complicado, um valor irrisório, algo que, às vezes, até nem vinha para as minhas mãos. Mas no decorrer da minha trajetória eu tive grandes pessoas no meu caminho, conquistei alguns palcos, que até então eu nunca imaginei na minha vida de subir, de atuar, de participar e eu consegui. E estou até hoje aqui tentando cada dia resistir às mazelas da vida e pedindo a tudo e a todos que haja um respeito, haja uma compreensão, que as portas não se fechem, que a gente no mundo de hoje com alguns pequenos avanços que a gente tem, que a gente conquistou, mas que esses pequenos avanços se tornem mais pra frente grandes e inúmeros, não fiquem só na questão da retificação, da hormonização, de ter um nome social: você ter direitos assim como qualquer outra pessoa tem. O direito de ter direito. E nós precisamos desse direito também. De ser respeitados, de poder fazer o que nós gostamos, de ser quem somos, que é o principal de tudo. É você poder se olhar no espelho. Já que você se aceita naquele espelho, você tem que ser aceito em qualquer lugar que você vá. Porém, também se dando o respeito, porque eu boto minha mão no fogo, mas eu não quero que minha mão se queime totalmente. A gente sabe que uma parte da nossa comunidade LGBT são pessoas que não compreendem esse outro lado da moeda e acham que podem tudo.

KELLY PASSOS

Kelly Passos nasceu em 1983. Hoje mora em Salvador, mas já morou em inúmeros lugares. Ela dividiu com o Arquivo Vivo um pouco das suas inúmeras experiências, alegrias, dores, processos e memórias, abordando aspectos sobre a Salvador da década de 90, sobre a sua vida em outros locais onde viveu e sobre o indizível de suas passagens.

KARLA ZHAND DE JESUS

Nasci em 1966 em Vitória do Espirito Santos. Morei em Berna, capital da Suíça. Trabalho como agente de campo do projeto PrÉPara Salvador, no Casarão da Diversidade.

VANUSA ALVES

Sou Vanusa Alves, sou trans, faço show na noite no bar Âncora do Marujo em Salvador – Bahia. Vou fazer 7 anos de show. Sou de Aracaju.

ALAN LADY

Nasci em 1954, em Salvador. Ator transformista, cabeleireira, morei em São Paulo e Rio de Janeiro, pais falecidos.

DICCA RIOS

Eu nasci em Mundo Novo – Bahia, em 1961. Sempre fui cabeleireira e maquiadora especializada em noivas. E trabalhei muito tempo no Brasil, fazia shows a noite. E morei na Europa por quase 20 anos, Itália e Espanha. Tenho seis irmãos.

CLAUDIA SCHWABACHER

Meu nome é Claudia Schwabacher, nasci em 1965, tenho 56 anos, sou natural de Salvador na Bahia, formada pela Universidade Federal de Belas Artes do estado da Bahia UFBA, Trabalhei como fotógrafa de Still em cinema, produtora de teatro, editora de cinema, publicidade e documentários nas produtoras TRUQUE CINE TV E VÍDEO, casa do Rio Vermelho Finalizadora é Olhar Filmes. Atualmente free lance em edição de imagem e morando nos Estados Unidos da América do Norte, no estado da Flórida.

Apoio Financeiro

COMO CITAR O MUTHA?

O MUTHA é uma obra artística e um projeto científico autoral de Ian Guimarães Habib. Por esse motivo, o MUTHA deve ser citado junto de sua autoria, a partir da seguinte obra:

HABIB, Ian Guimarães. Corpos Transformacionais: a transformação corporal nas artes da cena. São Paulo: Ed. Hucitec, 2021.