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Sobre o MUTHA

O projeto tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.

Fundação do MUTHA

O Museu Transgênero de História e Arte (MUTHA) é o único museu trans do Brasil e um dos únicos do mundo. O museu foi desenhado como uma obra artística e como um conjunto de tecnologias transformacionais, ou seja, continuamente em transformação, para preservação, pesquisa, fruição e produção de acervos e arquivos para memória, produção de dados e empregabilidade cultural da população corpo e gênero variante brasileira, no país que mais a extermina.

Autoria

Ian Habib é artista da performance, dança, audiovisual, escrita, curadoria e pesquisa. Autor dos livros Corpos Transformacionais (Ed. Hucitec) e Performance e Teatro (Ed. SEAD/UFBA). Bacharel em Teatro (UFMG/UFRGS), com o projeto Corpo-Catástrofe. Mestre em Dança (CAPES/UFBA), com o projeto Corpos Transformacionais. Doutorando em Artes Cênicas (CAPES/UFBA). Professor formador e conteudista da Licenciatura em Teatro (UFBA). Professor Colaborador da Pós-Graduação em Teatro e Educação (2021/2022/IFNMG). Licenciando em Teatro (UFBA).

Objetivos

O MUTHA começa nos perguntando: o que é um museu? O MUTHA, como obra de arte, objetiva fissurar os limites entre museu e obra de arte, partindo de uma perspectiva transformacional, performativa e fabulativa no que diz respeito aos seus campos conceituais, materiais e estéticos. A perspectiva transformacional apresenta como foco a transmutação, explorando as transformações corporais e as alterações em estados das matérias. A performativa nos apresenta um museu como performance, ou seja, explorado em sua dimensão de ação. O MUTHA começa nos perguntando: o que é um museu? 

Sobre o acervo

O Museu Transgênero de História e Arte (MUTHA) coleta: estórias reais e/ou semi-ficcionais sobre pessoas corpo e gênero diversas heroínas e transcestrais, através de memórias transmitidas por variadas comunidades…

Histórico

O Museu Transgênero de História e Arte (MUTHA) foi inaugurado através do Sarau MUTHA, em novembro de 2020, um dos marcos da pandemia de COVID-19. A proposta foi financiada pelo Memorial Minas Vale (2020) e fundou o MUTHA…

Estrutura

CRIAÇÃO, CURADORIA, DIREÇÃO, PESQUISA E COMUNICAÇÃO

Me. Ian Habib | ianhabibaziz@gmail.com

 

DIRETORIA AUDIOVISUAL

Débora Paixão | dddpxc@gmail.com

 

DIRETORIA DO ARQUIVO HISTÓRICO

Me. Juno Nedel | junonedel@gmail.com

 

DIRETORIA EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Me. Juno Nedel | junonedel@gmail.com

 

MUSEOLOGIA

Mayara Lacal Ladeia | mayaralacal.mus@gmail.com

 

ASSESSORIA EM MUSEOLOGIA

Me. Tony Boita

 

CONSULTORIA EM MUSEUS

Dr. Jean Baptista

 

ASSESSORIA JURÍDICA

Yuna Vitória | cantorayuna@gmail.com

 

CONTATO

muthabrasil@gmail.com

FUNDAÇÃO DO MUTHA

O Museu Transgênero de História e Arte (MUTHA) é o único museu trans do Brasil e um dos únicos do mundo. O museu foi desenhado como uma obra artística e como um conjunto de tecnologias transformacionais, ou seja, continuamente em transformação, para preservação, pesquisa, fruição e produção de acervos e arquivos para memória, produção de dados e empregabilidade cultural da população corpo e gênero variante brasileira, no país que mais a extermina.

O MUTHA foi idealizado em 2018 por Ms. Ian Habib, pessoa professora, pesquisadora, artista e autora transgênera, em sua pesquisa de mestrado Corpos Transformacionais (CAPES/UFBA), publicada como livro em 2021 pela Ed. Hucitec. O MUTHA é iniciativa de âmbito virtual e nacional, sendo composto por braços de ação em cada um dos estados brasileiros, com finalidade pública, comunitária e autônoma – ou seja, o centro cultural é administrado por e para a comunidade trans, não contando com nenhum tipo de incentivo governamental fixo. O MUTHA é o único museu do Brasil que visa (re)escrever a História e difundir a Arte de pessoas corpo e gênero diversas, que foram apagadas pelo passado colonial e não apresentam ainda outro local de reinscrição na sociedade.

O MUTHA é uma obra artística e um projeto científico autoral de Ian Guimarães Habib. Por esse motivo, o MUTHA deve ser citado junto de sua autoria, a partir da seguinte obra:
HABIB, Ian Guimarães. Corpos Transformacionais: a transformação corporal nas artes da cena. São Paulo: Ed. Hucitec, 2021.

AUTORIA

Ian Habib é artista da performance, dança, audiovisual, escrita, curadoria e pesquisa. Autor dos livros Corpos Transformacionais (Ed. Hucitec) e Performance e Teatro (Ed. SEAD/UFBA). Bacharel em Teatro (UFMG/UFRGS), com o projeto Corpo-Catástrofe. Mestre em Dança (CAPES/UFBA), com o projeto Corpos Transformacionais. Doutorando em Artes Cênicas (CAPES/UFBA). Professor formador e conteudista da Licenciatura em Teatro (UFBA). Professor Colaborador da Pós-Graduação em Teatro e Educação (2021/2022/IFNMG). Licenciando em Teatro (UFBA). Investiga Dança Butô, Performance e Gênero, com ênfase nas poéticas e políticas das transformações corporais e alterações dos estados da matéria, através de estudos sobre processos de cura, êxtase, memória, ritualidade, xamanismo e criação de seres e mundos. Ganhou os Prêmios: Açorianos de Dança 2015, Ocupação Memorial Minas Vale 2020, Jorge Portugal Funceb Bahia 2021, Mulheres em Movimento 2021 e PROAC 2021. Criou o solo Sebastian (2017) e as performances Ferida aberta em {pepita} (2019), Sebastian (2017), Invisible (2016), Nós organizaríamos festas em formigueiros (2016), Desanido (2016), 3 vozes (2015), dentre outras. Criou o Museu Transgênero de História e Arte (Financiado pelos Prêmios Trajetórias Cultuais RS e Palma da Mão), uma obra artística e um conjunto de tecnologias de produção de arquivos corpo e gênero variantes. Cocoordenador da Linha de Estudos Trans, Travestis e Intersexo do grupo de pesquisa NuCus (POSCULT/UFBA) e membro dos grupos de pesquisa Pedagogias da Performance (CFA/UFSB), Porra (PPGDAN/UFBA) e Gira (PPGDAN/UFBA). Criou o Desmonte Seminário e o ABCDário Desmonte (PROEX/UFBA), projetos de extensão em dança, artes, educação, gênero e interseccionalidades. Coordena o projeto de extensão Poéticas e Políticas da Cena (PROEXT/UFBA), um seminário científico sobre corpo, performance, rito, etc. Coorganizou e publicou um capítulo no livro Performance, Performatividades e Identidades (Ed. Paco). Integra o grupo Danças em Transições com o primeiro espetáculo longa-metragem do coletivo, E MAR ANHA DO, uma coprodução entre o FESTIVAL PANORAMA e três instituições francesas, o Ballet Nacional de Marseille, o Latitudes Contemporaines e o La Briqueterie. Seus trabalhos circularam por diversos eventos e festivais nacionais e internacionais (Festival Dias da Dança Portugal, SESC Pinheiros, Festival Dança em Foco, FITUB, FESTU). Foi conferencista e palestrante de inúmeros eventos (ABRACE Congresso Internacional da Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas, Fórum de Artes Cênicas da UNEB, Colóquio de Artes Cênicas UNEB, SESC ETA SP, SESC BAHIA, SESC São Caetano, PPGASUnicamp, PAGUUnicamp, I Ciclo de Palestras Estudos do Teatro Latino-Americano UFOP, CINE QUEER NATAL, FUNCEB Prosa, Transgenealogia Galeria Península, QuartaKuir e inúmeros outros). Lecionou, como professor convidado, aulas na UFBA, UDESC, UFSB, IFRJ, Festival Lacração. Foi aprovado no Intercultural Theatre Institute (ITI) em Singapura 2017. Coordenou o Simpósio Temático Territorialidades e Cartografias de Memórias LGBTQIA+ do X Congresso Internacional CINABEH. Participou do “Corriendo la Voz”, projeto da Cátedra Libre de Estudios Trans* da Facultad de Filosofia y Letras/Universidad de Buenos Aires/Argentina, que coleta vídeos dos principais intelectuais trans do mundo. É Ativista em Direitos Humanos (Livres&Iguais/ONU). Publicou artigos (URDIMENTO/UDESC, ASPAS/USP, ARTE DA CENA/UFG), e capítulos nos seguintes livros: Práticas Decoloniais nas Artes da Cena (Ed. Giostri), Práticas Decoloniais nas Artes da Cena II (Ed. Giostri), Prólogo (Ed. Monstra) e Por Fiar (IFCHUnicamp). Lançou em 2022, como coorganizador e autor, os livros: DESMONTE I e II (Ed. Associação Nacional de Pesquisadores em Dança ANDA), Imersões em Artes Cênicas (Ed. Giostri/PPGACUFBA) e Poéticas e Políticas da Cena Contemporânea (Ed. Giostri). Autor e organizador do livro TRANSESPÉCIE/TRANSJARDINAGEM (Ed. O sexo da palavra). Está atualmente dirigindo dois solos de dança e teatro.

OBJETIVOS

O MUTHA começa nos perguntando: o que é um museu? O MUTHA, como obra de arte, objetiva fissurar os limites entre museu e obra de arte, partindo de uma perspectiva transformacional, performativa e fabulativa no que diz respeito aos seus campos conceituais, materiais e estéticos. A perspectiva transformacional apresenta como foco a transmutação, explorando as transformações corporais e as alterações em estados das matérias. A performativa nos apresenta um museu como performance, ou seja, explorado em sua dimensão de ação. A fabulativa é um convite para a produção de novos corpos e mundos. Mas o que significa um museu que é a própria obra de arte? Significa um museu que vai além do conceito de museu como espaço de apresentação, exposição, salvaguarda e testemunho de obras de arte e outros elementos patrimoniais culturais materiais e imateriais de uma sociedade. Mas se o espaço em que se apresenta a obra é a obra em si mesma, temos um processo autopoiético – uma criação de si ao se presenciar criando, isto é, um tornar-se o que se é ao se tornar seu próprio objeto estético – e um processo metamuseológico – em que há um questionamento da própria ontologia do museu ou das circunstâncias de sua performance, como, por exemplo, um museu dentro de um museu ou o questionamento dos limites entre humano e não-humano, homem e mulher, arquivo e acervo, obra de arte e museu, corpo e alma, real e ficcional, dentro e fora, num evento museal. (HABIB, 2021; 2022)

Como conjunto de tecnologias de formação de arquivos, o MUTHA objetiva (HABIB, 2021):

• Criar incentivos, ferramentas e alternativas à produção de dados sobre violências cotidianas à vivências corpo e gênero variantes no/do Brasil e além, pretendendo sugerir caminhos artísticos, educativos, políticos e sociais alternativos;

• Investir em escritas históricas de processos que foram apagados desde o período colonial, suprimidos pela ditadura brasileira em outras configurações e perduram como tentativas de extermínio até os tempos atuais;

• Produzir e presentificar memórias, coletando: experiências corpo e gênero variantes e/ou vivências de comunidades e grupos onde essas pessoas vivem/viveram ou estão/estiveram, como memórias sobre artistas, ativistas e outras pessoas membras de seu grupo social, vivas, falecidas ou assassinadas; aspectos da história dos movimentos político-sociais, ações coletivas e modos de vida comunitários corpo e gênero variantes; debates em perspectivas anti-coloniais, étnico-raciais e transfeministas;

• Produzir eventos e suportes para debates sobre diversidade de gênero e suas interseccionalidades, como processos étnico-raciais, deficiência, classe, sexualidade e outros;

• Disputar omissões, invisibilidades e destruições de arquivo;

• Investir na criação de arquivos e acervos brasileiros sobre História e Arte corpo e gênero variante;

• Valorizar memórias e produções artísticas dessas existências, que não são ainda reconhecidas e visibilizados em espaços de produção cultural;

• Discutir transontocosmoepistemologias nas artes;

• Fomentar novos modos de vida em paisagens em ruína;

• Celebrar a imaginação;

• Destruir, por vezes, o que for preciso;

• Criar paisagens radicais para outros futuros.

Quem foram Dandara, Demétrio, Mário, Anyky, Lourival, Manicongo, Quelly? Quais foram os primeiros espetáculos trans brasileiros da História? Seriam Quitéria, Jorge e Kariri pessoas trans?

SOBRE O ACERVO

O Museu Transgênero de História e Arte (MUTHA) coleta:

  1. estórias reais e/ou semi-ficcionais sobre pessoas corpo e gênero diversas heroínas e transcestrais, através de memórias transmitidas por variadas comunidades;
  2. apresentação de fatos históricos registrados academicamente pela cisgeneridade sobre pessoas trans heroínas e transcestrais publicados em pesquisas em periódicos científicos ou revistas de alta circulação, que precisem de (re)escrita histórica, em formas que disputem omissões, invisibilidades e destruições de arquivo, apontem equívocos e sugiram transformações;
  3. estórias transgêneras contemporâneas – e/ou estórias de comunidades e grupos onde vivem ou viveram, que se relacionem com a memória e a produção cultural corpo e gênero diversa – reais, ficcionais e semi-ficcionais;
  4. aspectos da história de pessoas trans, da suas existências e das existências de sua comunidades, como memórias sobre artistas, ativistas e outras pessoas membras de seu grupo social, vivas, falecidas ou assassinadas;
  5. aspectos da história dos movimentos político-sociais, ações coletivas e modos de vida comunitários transgêneros, registrados ou não academicamente;
  6. debates sobre História e Arte transgênera brasileira;
  7. debates em perspectivas anti-coloniais, étnico-raciais e transfeministas;
  8. destruição de arquivos de violência; exploração de processos criativos ou obras artísticas, literárias e/ou intelectuais.

HISTÓRICO

O Museu Transgênero de História e Arte (MUTHA) foi inaugurado através do Sarau MUTHA, em novembro de 2020, um dos marcos da pandemia de COVID-19. A proposta foi financiada pelo Memorial Minas Vale (2020) e fundou o MUTHA como espaço cultural virtual e nacional de criação e manutenção de arquivos e acervos históricos e artístico trans, através de apresentação de ensaios literários e acadêmicos, palestras-performances, poesia, contos e trechos selecionados de obras históricas que buscaram resgatar a memória de pessoas corpo e gênero diversas. Foram convidadas 9 pessoas trans, dentre elas pessoas negras, amazônidas, indígenas, com deficiência, de diversas faixas etárias, para contribuírem com a primeira edição do projeto, na forma de um vídeo, que contou com acessibilidade completa para pessoas com deficiências visuais e auditivas. As pessoas participantes foram: Presidenta Keila Simpson, Dr. Lino Arruda, Matheus Cairú, Luz Bárbara, Léo Moreira Sá, Profa. Ma. Mariah Rafaela, Prof. Caio Tedesco, Xan Marçall e Jackie Jean.
A segunda ação de inauguração foi deu-se através de uma mesa de pesquisa no evento DESMONTE III UFBA/UFSB (@desmonteseminario), com a seguinte composição: Prof. Ian Habib, Dr. Lino Arruda (BR/EUA), Uarê (morizines/SP), Dre. Elton Panamby (RJ), Luan Okun (PORTUGAL), Dr. Daniel Coleman (EUA). Nossa terceira ação foi contratada pelo SESC SP ETA (Tecnologias e Artes), em Maio de 2021, uma conferência sobre a importância do MUTHA. A quarta ação do MUTHA foi contratada pelo SESC BAHIA e apresentada em Agosto de 2021, igualmente uma conferência sobre a importância social do MUTHA. A quinta ação do MUTHA foi financiada pelo Trajetórias Shirley Griô RS, e contemplou as produções de mídias sociais e design gráfico do MUTHA até agosto de 2021.
A sexta ação do museu foi o projeto financiado pela SECULT – BA, via FUNCEB (Fundação Cultural da Bahia), através do Prêmio das Artes Jorge Portugal, e inaugurou – em 01 de Junho de 2021, mês do orgulho LGBT+ – seu website (www.mutha.com.br), através da abertura do Arquivo Artístico de Dados (AAD), e de um rascunho do Arquivo Histórico e da Loja Virtual. A loja visa gerar renda para toda a comunidade trans que do MUTHA participa, através de contratos de venda de produtos culturais para toda a população. O Arquivo Artístico de Dados (AAD) é uma tecnologia de formação de arquivos que visa produzir dados para empregabilidade cultural, efetuando o mais amplo e contínuo mapeamento de pessoas artistas corpo e gênero diversas brasileiras e/ou produções artísticas corpo e gênero diversas executadas em território nacional e/ou por pessoas brasileiras, em diversas linguagens criativas, sendo elas: artes plásticas, audiovisual, dança, performance, fotografia, artes cênicas, artes circenses, artesanato, literatura, moda, música, beleza e áreas tecnológicas como iluminação, cenografia, sonografia, etc. O banco de dados do AAD funciona por meio de um mecanismo de busca por região, campo do conhecimento e outras variáveis, e por meio de anúncios de oportunidades na indústria cultural. Como incentivo à inscrição de artistas no AAD, o MUTHA criou a Galeria Virtual, para exposições virtuais, provisórias e permanentes de artistas transgêneros de todo o país, e selecionou artistas do banco AAD para nela exporem, compondo nossa Primeira Exposição: Transespécie/Transjardinagem. 
A exposição tem dois temas: Transespécie, que elabora fissuras em conceitos de espécie e de gênero, propondo criação de novos seres e mundos; e Transjardinagem, que utiliza a imagem da produção de jardins sobre paisagens em ruína como método na exploração de arquivos vivos para memória de existências que sempre viveram segundo catástrofes pandêmicas. A exposição visibiliza trabalhos artísticos de mais de 69 pessoas trans. São 48 pessoas corpo e gênero diversas convidadas de todo o país. Em adição, o projeto curatorial contemplou 15 artistas no processo de seleção do AAD. Finalizando, mais 6 artistas compõem uma seção denominada Conexões Globais, destinada a pessoas de outros países vivendo no Brasil e pessoas do Brasil vivendo em outros países. 
Essa é a maior exposição de artes trans feita no Brasil até hoje: ela engloba todas as 5 regiões brasileiras e também conexões com mais 7 países em 4 continentes (França, Portugal, Espanha, Estados Unidos, São Tomé e Príncipe, Venezuela, Argentina); abarca zonas litorâneas, urbanas e rurais; valoriza a produção de vivências negras, amazônidas, indígenas, imigrantes, emigrantes, com deficiência e em diversas faixas etárias e classes sociais; leva em consideração todos os aspectos de precarização que permeiam os modos de criação dessas existências; abrange todas as identidades de gênero não-cisgêneras; alcança todas as linguagens artísticas: artes cênicas, dança, audiovisual, artes visuais, beleza, moda, literatura, artesanato, body art, dentre outras. Já o AAD teve quase 300 inscrições e ainda está sendo construído. A exposição objetiva fortalecer redes de empregabilidade cultural, visibilidade e mútua colaboração; alargar o mercado de trabalho para a população trans, com formação de ferramentas difusoras de criações, composição de publicações, venda de obras artísticas e organização de redes para produção e resgate histórico; formar arquivos trans para memória, que ainda não existem no Brasil. Por fim, o trabalho foi registrado em um EBOOK de quase 200 páginas, que foi publicado pela Ed. O Sexo da Palavra, e se encontra no website, com acesso livre e gratuito para download.
A sétima ação do museu foi o projeto Arquivo Vivo para o Arquivo Histórico do Museu Transgênero de História e Arte, financiado pelo Palma da Mão SECULT – BA, via FUNCEB (Fundação Cultural da Bahia), com recursos remanescentes da Lei Aldir Blanc. Foram coletadas memórias de 8 mulheres trans e travestis da/na Bahia, e produzidos materiais multimídia – entrevistas audiovisuais, transcrição de entrevistas e fotografias – para comporem uma exposição e posteriormente integrarem o Arquivo Histórico do Museu Transgênero de História e Arte (AHMUTHA).
A oitava ação do museu foi o projeto Arquivo Histórico do Museu Transgênero de História e Arte, financiado pelo PROAC MUSEUS 2021, em processo de execução. O Arquivo Histórico do Museu Transgênero de História e Arte é integrado pelo Programa de Produção, Preservação e Difusão Histórica (PPDH), pelo Programa em Educação (PED) e pelo Acervo Digital (AD). O PPPDH tem como objetivo coletar os Acervos do AHMUTHA, incorporados através de tecnologias de produção de dados sobre a população focal, doações de itens, dentre outras maneiras. Após a coleta, o PPPDH submete os itens à Comissão de Acervos do AHMUTHA e à Assessoria Jurídica do Associação do AHMUTHA. Em caso de consonância com a missão da AHMUTHA e de aprovação pela Assessoria Jurídica, o PPPDH passa os objetos pelo processo de musealização: promoverá sua organização por meio de digitalização, registro, ficha catalográfica, disponibilização, conservação preventiva e restauro. O PPPDH tem a função de coleta de itens diversos, como: fotografias, documentos, objetos digitalizados, panfletos, clippings, newsletters, correspondências, periódicos, impressos, história oral, jornais, folhetos, objetos físicos, material sobre patrimônio imaterial, programas, anúncio, artigos, pôsters, discursos, dentre outros. Após aquisição e musealização, o PPPDH destina os materiais às coleções que eles integrarão no Acervo Digital. Todo o material coletado pelo PPPDH, e que vir a integrar o AHMUTHA comporá também o Acervo do MUTHA. O PPPDH também cria ferramentas de difusão de cada item obtido – textos informativos, como parágrafos descritivos, ensaios e artigos científicos, vídeos, áudios, dentre outros. Para facilitar a coleta, é exposta uma ficha de doação pública em nosso website, que poderá ser preenchida por cada pessoa doadora de maneira autônoma. A princípio, o AHMUTHA recebe apenas registros digitalizados, não contando, por ora, com política de aquisição de objetos físicos. O PE tem como foco o desenvolvimento de programas educacionais em História e Arte, e foi criado para promover às pessoas trans capacitação profissional no mercado das Artes e Humanidades e incentivar o empreendedorismo na indústria cultural, além de tornar as produções corpo e gênero diversas mais acessíveis para todas as pessoas que desejam aprender mais sobre elas, fortalecendo seu reconhecimento social. Além disso, o PE organiza as atividades de Divulgação Científica do AHMUTHA – como visitas guiadas ao museu (MUTHA), onde se encontra o AHMUTHA – e programas de ensino sobre Artes e História, com foco em diversidades de corpos e gêneros. O PE oferece suporte para pessoas pesquisadoras, instituições públicas e privadas, estudantes e para o público em geral. O site há espaço para veicular o conteúdo programático dos cursos e disponibilizar ficha de inscrição.
A nona ação do museu foi o prêmio Mulheres em Movimento 2021 do FUNDO ELAS+, que financiou a abertura da Associação do Arquivo Histórico do Museu Transgênero de História e Arte (AAHMUTHA), organização sem fins lucrativos ainda em processo de registro. A AAHMUTHA será, a partir do momento de sua constituição, a instituição responsável pelo Arquivo Histórico do MUTHA.
A décima ação do MUTHA, o projeto NearFTrans, teve patrocínio internacional da Mintbase de Portugal, uma das maiores plataformas de comércio NFTs no mundo, e visou reafirmar o MUTHA como produtor de tecnologias digitais artísticas e históricas, unindo a construção de ambientes em Virtual Reality e 3D com a formação de comunidades no mercado artístico. NearFTrans é um projeto que aposta no ativo tecnológico do momento: os NFTs, tokens não fungíveis e criptográficos que representam algo insubstituível, único e singular, como objetos raros do patrimônio material/imaterial, obras de arte, coleções etc. Os NFTs são negociados em plataformas mundiais de comércio de cryptoartes e as moedas são convertidas em dólares. Também queremos ter este valor. NearFTrans reconhece que algumas das principais pessoas produtoras de artes digitais no Brasil são trans e sem meios de subsistência.
A décima primeira ação do MUTHA foi a sua 1ª exposição internacional, com as obras TRANSMINERALIA I E II, de Ian Habib e Débora Paixão, na exibição “Archives and Riots: Latin American Trans Archival Exhibition” no evento “Latin American Trans Histories”, co-patrocinado pelo Institute of Advanced Studies/UCL em Londres, uma das dez melhores universidades do mundo, junto do Institute of the Americas, do QUCL, do Marie Slodowka Curie e da Wake Forest University. A exposição reúne uma seleção de fontes históricas sobre vidas trans de vários arquivos de base latino-americana. Além da exposição, Ian Habib fez parte de uma série de conferências, com participantes do mundo todo, que colocam em diálogo pessoas arquivistas, acadêmicas e artistas trans, para fortalecer seus esforços para desafiar as regras pelas quais textos trans e fontes visuais foram catalogados, enquadrados e interpretados. Juntas, as coleções mostram as complexidades das experiências trans latino-americanas ao longo do tempo, espaço e outras diferenças, centradas na autorrepresentação trans, para reimaginar passados e construir novos futuros trans.
A décima segunda ação do MUTHA foi um curso de nome “Memória, futuro e transgressão” ofertado por Ian Habib com a participação de Mayara Lacal no projeto Arquivo Independente de Clara Sampaio, apoiado pelo Funcultura do Espírito Santo.

COMO CITAR O MUTHA?

O MUTHA é uma obra artística e um projeto científico autoral de Ian Guimarães Habib. Por esse motivo, o MUTHA deve ser citado junto de sua autoria, a partir da seguinte obra:

HABIB, Ian Guimarães. Corpos Transformacionais: a transformação corporal nas artes da cena. São Paulo: Ed. Hucitec, 2021.