FRUTÆZ
Corpo natural
Corpo é natureza
Naturalize us corpos, ressalte a beleza
Comeis do fruto e dele desfrutez
Provando seu sabor, seu suco, seu gozo
Desfrute dus corpos
Clamando a videira, corpo natureza
Tomarás do suco e dele desfrutarás
Sem nenhum medo
Nem imposição
Chuparei | ME.TE.RE.I
O cu que é catedral e abismo
Afunda
Nas entranhas de Adão e Eva
Matando as imposições que nos cercam
Não há senhor, não haverás
Não há culpa, não há imposição
Há cura, transcendental
Há liberdade, há satisfação
Afeto, é ato de resistência
Nos afetar
Se afetar
Afetar
Sentir
Ser
Estar
Não há liberdade com medo
Não há vida sem prazeres
Que as corpas sejam glorificadas
Que o suco possa escorrer
Sucumbino o tabu
Num suspiro algum
U coletive de artes integradas NUEZ surge no contexto da pandemia da Covid-19, na cidade de Salvador, como um processo de investigação de foto performance; vídeo-arte de um corpo trans sensível a experiência do isolamento social. O projeto propõe pensar intervenções/interferências, bem como o trânsito/fluidez destes corpos no ciberespaço e o contato destes com as mais variadas mídias virtuais.
O surgimento du coletive NUEZ coincide com o processo de transição e fluidez das integrantes do projeto Fayola Caucaia e Tiê Maria, denotando a todo o material audiovisual registrado uma nuance documental, que através de processos subjetivos/coletivos e a partir da modificação destes corpos por meio de processos hormonais, culturais, das mídias e da tridimensionalidade nas redes sociais, compõe através do audiovisual um auto retrato íntimo acerca do desejo e do afeto do corpo dissidente, jovem e em fluxo pelo território brasileiro.
O vídeoarte Frutaez atraca a narrativa da cosmogonia ocidental presente no Gênesis, consumindo seus símbolos antropofagicamente para compor uma paisagem na restinga soteropolitana em diálogo com o “Jardim das Delícias” de Bosch. Neste cenário constrói um corpo parodicamente “natural”, que questiona a ontologia da natureza e do ser humano. Com próteses de frutas dá vazão a um outro corpo, hormonizado, virtual. “O ciborgue não reconheceria o Jardim do Éden; ele não é feito de barro e não pode sonhar em retornar ao pó.” segundo Haraway. Com este corpo consciente de sua origem, flui livremente pelo mito, atualiza o Gênesis e o supera. Como vídeo-debut do coletivo, em outra camada, subverte o mito da origem duas vezes, dentro e fora do vídeo, se concebendo independente, como por partenogênese, se autocria. Como no mito em que o mundo se faz através da palavra, aqui em vídeo, nos apropriamos deste discurso para manifestar: Existimos! Como Deus diria, fiat-lux.
Frutaez
Vídeoarte
Duração: 00:05:12 minutos
Ano: 2020
O Vídeoarte Frutaez atraca a narrativa da cosmogonia ocidental presente no Gênesis, consumindo seus símbolos antropofagicamente, para compor uma paisagem na restinga soteropolitana, em diálogo ao “Jardim das Delícias” de Bosch, neste cenário constrói um corpo parodicamente “natural”, que questiona a ontologia da natureza e do ser humano. Com próteses de frutas, dá vazão a um outro corpo, hormonizado, virtual. Diz Haraway: “O ciborgue não reconheceria o Jardim do Éden; ele não é feito de barro e não pode sonhar em retornar ao pó.” Com este corpo consciente de sua origem, circula livremente pelo mito, atualiza o Gênesis e o supera. Como vídeo-debut do coletivo, em outra camada subverte o mito da origem duas vezes, dentro e fora do vídeo, se concebendo independente, como por partenogênese, se autocria. Como no mito da criação, em que o mundo se faz através da palavra, aqui em vídeo, nos apropriamos deste discurso para manifestar: Existimos! Como Deus diria, fiat-lux.
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