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MÁRCIE VIEIRA

    Performatividades Dissidentes, 2021 [904X1280 PX]

    NOME:

    Márcie Vieira

    LOCAL:

    Caxias do Sul – Rio Grande do Sul

    LINKS:

    https://www.instagram.com/marcievieirar

    https://drive.google.com/file/d/1bzDTTawP-Uf9BIWrYvCHBiXs6PNgGsxQ/view?usp=sharing

    BIOGRAFIA:

    Minha imagem travou | quase caiu, tombou | mas não findou | por um breve momento congelou | então aqui estou | e meu ser me mostrou | que ele não se acuou | apenas se afetou | o outro achou que turvou | pois meu corpo gritou | só sei que tudo girou | e, agora, travesti eu sou | abalou! | a minha imagem travou | gostou? Meu nome é ignorado por muitas pessoas, mas aqui vocês precisará ler ele. Eu me chamo Márcie. Com a letra E no final. Não é Márcio, pois a sonoridade da letra O dá uma entonação de negação ou preocupação. Também não é Márcia, pois a sonoridade da letra A parece que está reclamando, em exclamação. É Márcie, pois a sonoridade da letra E faz a gente sorrir e ficar feliz. E para mim é muito significativo que algumas pessoas não queiram ser felizes, ao pronunciar meu nome em voz alta. Para esses, que sigam na negação ou reclamando… Na minha trajetória na academia, eu fazia bastantes exercícios cardiovasculares. (Pausa)

    Isso foi uma piada bem batida, mas que reflete muito meu senso de humor de tia da galera. Na minha trajetória acadêmica, eu comecei fazendo Jornalismo, mas parei por problemas financeiros. Depois fui para a Pedagogia, que novamente tranquei pela falta de acué. Só quando estava entrando na casa dos trinta anos, que consegui ingressar e finalizar o curso superior de Dança, depois finalizei a licenciatura em Pedagogia, fiz uma especialização em Metodologias do Ensino de Arte e, agora, estou cursando uma pós em Direitos Humanos, Gêneros e Sexualidade. Eu estudo, principalmente, para me manter viva. É uma forma de garantir que o isolamento social que acomete os corpos trans – e o meu – não faça eu passar por mais mortes sociais. Eu preciso desse movimento e encontrei ele dentro do espaço do ensino superior. Na área do trabalho eu já fui atendente de balcão em lanchonete, já confeitei doces em padaria, já trabalhei na limpeza em restaurante, já fui faz tudo, já fui secretária, já fui assistente do financeiro, já fui professora de teatro, já fui atriz, já fui bailarina, já fui produtora, já fui desempregada, já fui, já fui, já, já… Já me perdi no meio de tudo isso a ponto de entender que essas funções eu apenas executei e executo, mas nenhuma delas me define. Pretendo seguir me construindo, destruindo, remontando… Esses três pontinhos são tão importantes para mim. Se eu pudesse, finalizaria todas minhas frases com eles…

    CURRÍCULO:

    • Márcie Vieira, mulher trans e travesti, atua com arte e educação. É especialista em Metodologia do Ensino de Artes, na pós-graduação latu sensu pela Uninter (2019), tendo como pesquisa de TCC o projeto “Dramaqueer – da pedagogia queer para a dramaturgia teatral”. Graduada em Dança, no curso superior de tecnologia pela UCS (2016), tendo como pesquisa de TCC o projeto “Via-da Sacra, um diálogo entre a performatividade do gênero na performance art”. Licenciada em Pedagogia, no curso superior pela Unifacvest (2020), tendo como pesquisa de TCC o projeto “Temas (Trans)versais e seus (Cis)temas”. Atualmente cursa a pós-graduação em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade, pela UniRitter.
    • Estreou em 23 de janeiro de 2021 o projeto “Performatividades Dissidentes”, premiado pela Lei Emergencial Aldir Blanc, pelo município de Caxias do Sul. Durante o período da pandemia em 2020, aprofundou seus estudos sobre Gênero, Sexualidade e Teoria Queer com profissionais de todo território brasileiro, graças aos cursos estarem sendo realizados de forma online\síncrona, estudando com as docentes trans Helena Vieira (Ceará), Sara Wagner York (Rio de Janeiro), Jaqueline Gomes de Jesus (Rio de Janeiro), Dodi Leal (Salvador), Dayanna dos Santos (Recife), entre outras. Integrou o Núcleo de Performatividades Transversais, da ELT – Escola de Teatro Livre, em Santo André (SP), coordenado pela transativista Ave Terrena. Dessa forma, deu início a um processo de criação de performances virtuais, intitutadas “Com A”, “Contém Ironia” e “Vocês Estão Me Ouvindo?”, apresentando-as para a Secretaria de Educação de Pernambuco, para a Universidade Federal de Santa Catarina e para a Universidade do Estado da Bahia. Também dirigiu a obra “*Em+2”, monólogo do ator Darlan Gerbing, premiada pela FAC Digital RS.
    • Trabalha como voluntaria para a Ong Construindo Igualdade, atuando como professora em atividades culturais de teatro e expressão corporal durante todo ano de 2019 e início de 2020, além de performer em ação performática realizada no Dia do Orgulho LGBTI+, na praça central e produtora de encontros temáticos para falar sobre arte e cultura na comunidade LGBTI+. Atualmente ministra oficina de redação para o Enem de 2021.
    • Atuou como diretora das peças de teatro “Julgo”(2015), “A Menina da Bolsa Vermelha”(2014) e “A Mulher, o Homem e o Guarda-roupa”(2013), do Grupo de Teatro (A)Temporal, realizando temporadas em Caxias do Sul, Flores da Cunha, Farroupilha, participando do Festival Caxias em Cena e Cultura na Festa da Uva. Coordenou o Curso Práticas Teatrais, voltado para adultos, realizado no Teatro Moinho da Estação, trabalhando como diretora e dramaturga das peças de teatro “Perturbadoramente Vivos”(2012), “Breves Encontros”(2015), “Quatervois – Encruzilhada com o Tempo”(2016), realizando apresentações em Caxias do Sul no Teatro Pedro Parenti, no Teatro Moinho da Estação, no Coletivo Labs e na Level.
    • Trabalhou como professora de teatro, para crianças e adolescentes, no Colégio La Salle Caxias, atuando como diretora das seguintes peças teatrais: “Diários”(2010), “As Rosas Inglesas”(2011), “School of Drama”(2012), “Diálogos”(2013), “A Vida é: Comédia, Terror ou Drama”(2014), “Anoitecer” (2015) e “Um Mundo Sem Gigantes”(2016), realizando apresentações no auditório da escola, no Teatro do SESC e na Mostra de Teatro Estudantil, no Teatro Pedro Parenti e no Teatro São Carlos. Além disso, integrou a “Cia. Sopro”, ao lado da atriz Tefa Polidoro, dirigindo a peça de teatro “(E)terno”, apresentando em Caxias do Sul, Porto Alegre e Florianópolis. Atuou na peça teatral “O Fauno”, apresentando em Caxias do Sul, Flores da Cunha, Porto Alegre, Florianópolis e Curitiba. Participou do projeto “Comunidade em Concerto”, do TumTum Instrumental, realizando temporadas em escolas da rede pública e no Teatro do SESC.
    • Possui cursos de aperfeiçoamento nas técnicas teatrais com: Eugênio Barba e Julia Varley (Dinamarca), Lina Della Rocca (Itália), Iramar Eustachio (Suíça), Jeremy James (Austrália), João Fiadeiro (Portugal), Ana Wolf (Argentina), Adriano Iurissevich (Itália), Carlos Simioni (Campinas – SP), Sandra Meyer (Florianópolis – SC) Jezebel De Carli (Porto Alegre – RS), Daniel Veiga (São Paulo – SP), Marcio Abreu (Curitiba – PR), Marithê Azevedo (Brasília – DF), Denise Stoklos (Curitiba – PR), Isadora Ravena (Ceará – PE), Noá Bonobá (Ceará – PE), Daniel Veiga (São Paulo – SP), Ave Terrena (São Paulo – SP), entre outros.

    OBRAS:

    Meu Pinto é Feminino, 2021: https://youtu.be/EMzO7pdbOBk
    Minha Imagem Travou (edit), 2021: https://youtu.be/DE_TkJqfUuU
    edy2020edi, 2021: https://youtu.be/eeDHNy9-lOw
    Fetiche da Imperatriz, 2021: https://youtu.be/PeBat6iyI74
    Minha Imagem Travou (cru), 2021: https://youtu.be/m2i-igbFYgE
    Performatividades Dissidentes, 2021 (material completo, onde as obras estrearam): https://youtu.be/PvrRC0bnKP0

    COMO CITAR O MUTHA?

    O MUTHA é uma obra artística e um projeto científico autoral de Ian Guimarães Habib. Por esse motivo, o MUTHA deve ser citado junto de sua autoria, a partir da seguinte obra:

    HABIB, Ian Guimarães. Corpos Transformacionais: a transformação corporal nas artes da cena. São Paulo: Ed. Hucitec, 2021.