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Mitsy Queiroz

    Nome: Mitsy Queiroz

    Local: Recife – Pernambuco

    Links:

    https://www.instagram.com/mitsyqueiroz/

    https://linktr.ee/mitsyqueiroz

    Biografia:

    Artista visual, pesquisador e arte/educador nascido em muitos pedaços e reunido pelas tecnologias de imagem, tempo e gênero. Entende no seu processo criativo a fotografia enquanto corpo sensível, tensionando essa superfície de contágio e assimilando a condução do erro como potencial criativo. Na pesquisa de mestrado em poéticas visuais, refletiu o atravessamento do tempo em programações fotográficas que encarnassem a experiência do corpo trans no mundo. Ultimamente tem investigado a potencialidade da imagem movimento no seu processo de criação, desenvolvendo a pesquisa Primeiras Contrações que dentre muitas experimentações, presa por uma temporalidade de repetições e produção de diferença em uma duração que evidencie as disjunções de um corpo estilhaço.

    Currículo:

    Mitsy Queiroz é graduado em pedagogia [UFPE – CAA], especialista em História da Arte e mestre em processos criativos nas Artes Visuais [UFPE/UFPB]. Como arte/educador atua desde 2013 como facilitador de projetos de formação em Arte contemporânea e Fotografia, sendo a experiência mais recente o Laboratório de Investigação Artística: Corpas que quebram, acolhido pelo Museu Murilo la Greca e o Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães [Recife, PE].

    Participa ainda de mesas redondas [7º Encontro Foto Vídeo UNICAP]; rodas de diálogo [Quem vê close não vê corre, MAMAM]; revistas críticas especializadas [Outros Críticos nº13 O que pode o corpo?] e ministrou aulas na Licenciatura em Artes Visuais da UFRPE no programa UAB de educação à distância como professor-tutor [2016-2019].

    Integra a coletiva OCUPIRA que investiga as visualidades do pós-pornô e sua performatividade política, participando da I Feira Autônoma Sexodissidente no MAMAM [Recife, PE] e do 13º Dark Show performando à meia noite no centro da cidade do Recife.

    Participa de Mostras de Arte desde de 2012 na cidade que reside [Recife, PE], assim como em Pelotas [RS], Curitiba [PR], Juiz de Fora [MG], Niterói [RJ], Santos [SP] e São Paulo [SP].

    Destacam-se o VIII Salão Universitário de Arte Contemporânea do SESC com itinerância do Sesc Casa Amarela [Recife, PE] ao Sesc Petrolina [PE]; coletiva da galeria EIXO 2018 na Fábrica Bhering [Santo Cristo, RJ]; a exposição Tramações: Cultura Visual, Gênero e Sexualidades (2ª edição) na galeria Capibaribe [Recife, PE]; a exposição [coletiva Trovoa] ENTREMOVERES no Museu da Abolição [Recife, PE]; o projeto de residências artísticas SESC Confluências 2018-2019 [PE]; SP-Arte e SP-Foto 2020 [SP]; Projeto de pesquisa Primeiras Contrações premiado no edital Aldir Blanc 2020 [PE].

    Atualmente é assessorado pela Smith Galeria [Nova Zelândia].

    Obras:

    Pólen (2020)
    Vídeo Performance. Duração 09:39

    No estreito terraço da minha casa, de joelhos como um corpo altar, corto com a tesoura as flores mortas de um jarro que me foi presenteado; uma por uma as reúno diante de mim, acomodando-as dentro da minha cueca e moldando um volume considerado ideal. A duração desse ritual se encerra quando já não aguento mais sustentar o peso do corpo sobre um joelho já machucado e me levanto munido de minhas artificialidades, pronto para colidir com a ordem natural das coisas. Essa ação performática começa com o acompanhamento silencioso das plantas que murcham em épocas de mudanças estruturais e decisões difíceis. Pensar a finitude das coisas é também refletir sobre as transformações que despontam vida e renovação. Mas sobretudo, entender que nem todos percursos são determinados e nem mesmo a natureza haverá de cumprir suas leis. Em busca de um sentido que beira a perspectiva de um corpo transgênero em desobediência das atribuições naturais, pude entender a amplitude dessas subversões diárias no sistema biopolítico. Para encontrar logo em seguida, a tecnologia de gênero como fonte de análise desses códigos e as lacunas da ocasião dessa resistência. Essa performance é parte das investigações sobre os significantes de gênero na sociedade, observando os códigos da performatividade masculina, tal como as demonstrações de força e virilidade que asseguram a manutenção do poder cishetero normativo. Em especial, reflito sobre o volume como um importante condicionante do gênero masculino, que desloca o eixo da gravidade corporal do tórax à pelve. Articulando esses códigos semióticos culturalmente masculinos como coçar, apertar, puxar e manobrar a genitália, construindo então para mim outras ficções de gênero que põem em questão a natureza como fator determinante desses papéis. Intitulada Pólen, a performance sugere o contrabando desse elemento fecundante masculino vegetal, que é desviado a serviço de uma reprogramação do sistema binário de pensamento homem/mulher, bem/mal, natureza/tecnologia ou humano/animal. Assim como o deslocamento de forças, de poder e potência, como uma abelha que coleta pólen através dos seus pelos, besunto diariamente meu corpo com testosterona afim de contrabandear essa tecnologia e encarnar outra produção de vida, fecundando outras formas de resistência.

    COMO CITAR O MUTHA?

    O MUTHA é uma obra artística e um projeto científico autoral de Ian Guimarães Habib. Por esse motivo, o MUTHA deve ser citado junto de sua autoria, a partir da seguinte obra:

    HABIB, Ian Guimarães. Corpos Transformacionais: a transformação corporal nas artes da cena. São Paulo: Ed. Hucitec, 2021.