Nascida na beirada entre Minas e Bahia, mistura montanhas e dendê para criar processos artísticos que envolvem cura, memória, ancestralidade, biopolítica em uma encruzilhada diaspórica sertaneja no litoral. Artista interdisciplinar navega nas artes visuais em suportes como a performance e a escultura, cria microfilmes, escreve crônicas, costura e esculpe figurinos, cerâmicas, modifica faces utilizando maquiagem com elementos orgânicos ou sintéticos. Atualmente vive e trabalha na cidade de Salvador – BA.
Os dois objetos cerâmicos foram escolhidos dentro de toda a minha criação por ser pertencentes a uma serie: Ensaio sobre a cura (3 performances + 3 foto-performances + 5 esculturas + 2 Livros de artista), onde me debruço sobre questões de identidade e memória da população transvestigênere. Busco entender os ataques a corpos não normativos como ferramenta da necropolítica; perceber no corpo e na psique as marcas deixadas por esses ataques; compreender e elaborar as estratégias de subversão, tendo a cura (resgate da cultura de auto-manutenção) como principal ferramenta, reapropriar de ferramentas ancestrais como maneira de produção de saúde psicofísica. Essas esculturas em cerâmica criam uma armadura (Máquinas de Guerra, 2017) na tentativa de proteger meu corpo e o das outras, criando um marco para a memória das que morreram para que eu pudesse continuar viva (Mapa da Violência, 2018), nessa escultura eu crio uma representação em pedra do dossiê criado pelo ANTRA para denunciar a morte de minhas comparsas trans e travestis.
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