Travesti educadora, performer e pesquisadora em Artes Cênicas. Profa. do Centro de Formação em Artes e Comunicação (CFAC) da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), em Porto Seguro. Realiza estudos e obras artísticas de performance e iluminação cênica, perpassando por ações de crítica teatral, curadoria e pedagogia das artes. Em 2020 foi curadora da Encontra de Pedagogias da Teatra: afetividades do saber riscar e arriscar no Eixo Ações Pedagógicas da 7a Mostra Internacional de Teatro de São Paulo (MITsp).
Tetagrafias
Performance
Criação, realização e produção fotográfica: Dodi Leal
Colaboração artística em Coimbra (PT): André Rosa
Registro fotográfico da realização em Coimbra (PT): Daniela Proença
A digitalidade das tetas postas ao manuseio intermediado pela performance é uma demonstração concreta do quadro maior em que novas tecnologias refazem constantemente o escopo dos processos de feitura artística na contemporaneidade e também do conceito cisgênero de humanidade. A hibridização de linguagens inerente ao tempo atual de convergência das mídias guarda, por sua vez, uma incrível semelhança com os corpos trans: se por um lado os projetos criativos hoje são feitos cada vez mais para pertencer o cruzamento de variadas linguagens (e não apenas uma ou outra), os corpos trans não se contentam a pertencer a um ou a outro espaço; enquanto corpos trans, somos a resultante da ocupação híbrida de múltiplos espaços sociais. E também a experimentação da digitalidade como uma alteração do estatuto de humanidade cisgênera que não contempla os corpos trans. O deslocamento dos seios compondo visualmente por áreas distintas aos seus locais tradicionais dá materialidade à uma. Aqui, coloca-se em xeque a noção hegemônica de transexualidade de que para ser trans é preciso realizar algum tipo de modificação corporal. A transgeneridade diz sobre processos subjetivos e sociais e sua expressão é fundamentalmente visual.
Para consultas sobre vendas: muthabrasil@gmail.com