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Fefa

    Nome: Fefa

    Local: São Paulo – SP

    Links:

    http://instagram.com/fefaaaaaaaaaa

    Biografia:

    Meu nome é Fefa, tenho 27 anos, moro em São Paulo capital, e sou uma corpa em constante movimentação, transformação e que nunca está no mesmo lugar. A transmutação sempre foi uma presença dentro da minha existência, quando eu passo a me enxergar enquanto corpa que está fora das concepções cis-binárias que o mundo foi construído, eu começo a trabalhar com as minhas potências. A arte foi esse ponto de partida para que a minha expressão sobre em como caber nesse mundo ou expandir ou criar um espaço pra mim nele (ou também criar o meu próprio novo mundo) fosse possível.
    O trabalho que eu apresento nesse documento hoje se chama “Aonde Eu Estou Agora?”, uma obra musical composta e elaborada de uma forma muito curiosa e até mesmo imediatista por assim dizer, uma vez que todo projeto se originou da necessidade e urgência de expressar toda enxurrada de sentimentos e emoções que se reverberavam como resultado direto do processo de isolamento social perante ao estado de pandemia e quarentena. Não era um projeto que estava nos meus planos iniciais, porém eu dou valor a verdade e a minha própria voz, dou valor ao que eu sinto por ser um corpo real e que vive, então comecei a trabalhar nas composições para dar vida a toda essa gama de acontecimentos que vinham de mim de dentro para fora, numa espécie de movimento catártico e exponencial.
    Eu compartilho do pensamento de que arte é feita em coletivo, o papel sócio-politico-cultural do artista no país que vivemos e para além da própria arte, portanto a criação em conjunta é o alicerce de coletividades que resultam em redes de apoio, afetividade, carinho e respeito entra nossas corpas. Ao longo de todo período de produção da mixtape, eu convidei muitas artistas pra integrarem o projeto, todas nas quais seus trabalhos me atravessam muito.
    As minhas bases de pesquisa caminham com o questionamento, com a dúvida, e não com as certezas, não com o equilíbrio, uma vez que eu entendo que meu corpo está no conforto do desconforto da cisgeneridade, ser o ponto de interrogação crucial pra propor mudanças gradativas, ser um corpo. Eu trabalho criando seres híbridos, por também  ser um híbrido, então criar fusões com as minhas áreas de pesquisa e trabalho que são teatro, performance, música e outras potências nas quais minha corpa já caminhou e carrega, são os processos que me mantém viva, ativa, em movimento. Corpa estranha brasileira, transmutayviva e transmetaformo.

     

    Currículo:

    Comecei meus trabalhos artísticos no teatro, passando por Teatro Escola Macunaíma (2013), Estúdio de Treinamento Artístico (2014) e Companhia Os Satyros, ficando em cartaz com os espetáculos “Edifício Luz” (2015), “O Cheiro Acre Do Que Cresce À Sombra” (2015), “Perecível” (2015), “Transcarcere” (2016), “Duzinferno” (2016) e “Helenas” (2017). Partindo pra uma pesquisa de teatro performativo, integrei o elenco do espetáculo “Anatomia do Fauno” (2016) da Companhia Teatro da Pomba Gira e também da performance coletiva “CEGOS” (2016) do grupo Desvio Coletivo.

    Fui membra de três coletividades criadas, elaboradas e com foco em corpas TLGBTQIA+: ANIMALIA (2017 – 2020), projeto brasileiro multiforme de som, imagem e performance, representado e concebido por corpos TLGBTQ+, aonde atuava como dj e performer realizando trabalhos artísticos em diversos locais como na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP) (2017), Festival Pilantragi (2017), nas edições do SP Na Rua (2018 e 2019), Festival Casa Chama (2019), Sangra Muta (2019), Mamba Negra (2020) e PopPorn (2020). Dentro da coletiva também realizei participações em shows de outros artistas, com performances ao lado de Karol Conka, Linn da Quebrada, Preta Gil, Aíla e CTRL+N, integrando o casting dos videoclipes de Lia Clark em “Tipo de Garota” (2018) e também como protagonismo em “Etérea” (2019) do Criolo.

    MARSHA! (2020), coletividade sociocultural de produção artístico-pedagógica, afetiva e política composta por pessoas trans e travestis, aonde atuava na criação de arte gráfica, realizando a construção de identidade visual, edição gráfica e edição de vídeo nos festivais online “MARSHA! Entra na Sala” e “MARSHA! Entra no CCSP”.

    BIXRUDIA (2020), produtora musical independente composta por corpas LGBT+, aonde atuava na comunicação em mídias sociais.

    Na moda participei dos desfiles da estilista Vicenta Perrota, “Brazil Eco Fashion Week” (2017), “Aonde Estão As Travestis” (2018), “Brasil: O País Campeão Mundial de TRAVESTIS!” (2019) e “INSPIRE” (2020) do estilista Ellias Kaleb, todos durante as semanas de moda da Casa de Criadores.

    Dentro da música lancei meu primeiro single com curtametragem/videoclipe “Bem-Vindo ao Zoo” (2020), que aborda uma narrativa denúncia paradoxal acerca de como corpas artistas estranhas são exotificadas e consumidas apenas para entretenimento da mesma sociedade que as mata. Seguido pelo lançamento da mixtape “Aonde Eu Estou Agora?” (2020), trazendo narrativas, questionamentos, sentimentos, emoções e expressões em relação a essa corpa dentro do período de isolamento social proveniente da pandemia e quarentena, e é composta com a participação das artistas Abstrat0, Del Toro, Cantuarioo, Albert Magno, Veni, Hafsa Terra, Bioncinha do Brasil, Zilmarc Paulino, Pablo Neves, Brisalicia, LAZA e com produção, mixagem e masterização da produtora BIXURDIA. Com o lançamento da mixtape, eu apresentei na integra todas as músicas que compõem esse projeto durante a Virada Cultural de São Paulo 2020 na Casa de Cultura Vila Guilherme.

     

    COMO CITAR O MUTHA?

    O MUTHA é uma obra artística e um projeto científico autoral de Ian Guimarães Habib. Por esse motivo, o MUTHA deve ser citado junto de sua autoria, a partir da seguinte obra:

    HABIB, Ian Guimarães. Corpos Transformacionais: a transformação corporal nas artes da cena. São Paulo: Ed. Hucitec, 2021.